Ode ao silêncio


            Eu sempre me considerei uma pessoa bastante diurna, apesar de nunca ter gostado de acordar cedo (#contradições). Todavia, é a noite que a vontade, ou as vezes, um desejo incontrolável de escrever bate. Nunca no começo da noite, sempre depois de já estar deitada na cama, pronta para dormir (senão, não tem graça, né?). E se bater aquela preguiça e pensar “ah, deixa amanhã cedo eu escrevo isso...”. Pode esquecer! A inspiração é uma deusa ciumenta e mandona, tem que ser na hora que ela quer (até parece a minha mãe LOL).

Entretanto, quem desencadeou toda essa reflexão foi a @feneute (sigam, dica boa e mulher maravilhosa!), que falou recentemente nos seus stories sobre a necessidade de distrações permanentemente que as pessoas têm. O problema da distração é que ela acarreta na não-reflexão e na não-ação.

Por que sinto vontade de escrever a noite? Depois que já me deitei? Provavelmente porque todas as distrações acabaram e finalmente meu cérebro pode voltar a funcionar. Quanto mais distrações (TV, celular, rádio, barulho do vizinho, etc.), mais difícil fica para o nosso cérebro reter e processar as informações.

Por que tantas pessoas fogem a qualquer custo do silêncio? Acredito que, na verdade, estão fugindo de si mesmas. O silêncio obriga o estar consigo mesmo, o que pode ser doloroso.  

Faça o teste, comece a adicionar silêncio na sua vida, pode ser em pequenas doses no começo, o importante é começar.

Ainda não sei se sou do dia ou da noite, só sei, que descobri que sou do silêncio.

(Eu espero que este texto não seja gatilho para ninguém, mas se for, procure ajude, converse com alguém. Ninguém está de fato sozinho, ainda que possa parecer assim).

28 de junho de 2020.



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